História

A Universidade Federal de Goiás, fundada em 1960, passou por um processo de interiorização, com campi vinculados à Pró-Reitoria de Graduação e de Extensão na década de 1970. Neste período, projetos associados à educação no interior do país foram implantados, levando a UFG à Picos - PI, Firminópolis - GO e Porto Nacional - TO. Em 1971, a UFG iniciou suas atividades no município de Firminópolis. Em 1975, na gestão do Reitor prof. Paulo de Bastos Perillo foi iniciada a construção da sede da UFG em Firminópolis. Em 06 de dezembro de 1978 foi inaugurado, o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária – CRUTAC, em Firminópolis, na gestão do Reitor Prof. José Cruciano Araújo. 

Em 20 de março de 1979, o Egrégio Conselho Universitário da UFG, reunido em sessão ordinária, aprovou o regimento do CRUTAC, tendo como objetivo a formação de profissionais adequados às exigências das áreas interioranas, apresentando-se como estágio curricular, obrigatório, propiciando aos graduandos formação adequada às exigências da região que se encontrava fora da área metropolitana do Estado de Goiás. Inicialmente, alunos do curso de Medicina, realizaram o Estágio Rural em Firminópolis, em regime de internato, com refeições e estadia realizadas no CRUTAC.   

Em 1980, o CRUTAC passou à denominação de Campus pela Resolução 01, do Conselho Universitário. Em 30 de agosto de 1985 foi aprovado o regimento do Campus Avançado de Firminópolis. Após reforma e ampliação, em 29 de novembro de 1985, a Profa. Dra. Maria do Rosário Cassimiro, então reitora da UFG, afirmou em visita ao Campus: “Firminópolis com seu campus avançado é uma porta entre a Universidade Federal de Goiás e uma parcela da população goiana. Aqui professores e alunos no atendimento à comunidade buscam o conhecimento dos problemas desta, visando fundamentar a construção do tipo de Universidade de que Goiás e o Brasil precisam”. 

Alguns programas do Governo Federal influenciaram e colaboraram no fortalecimento e construção da identidade atual do Campus Firminópolis. Iniciado em 2005, o PRÓ-Saúde teve o papel indutor na transformação do ensino de saúde no Brasil para todos os cursos superiores da área da Saúde. Desenvolvido por instituições de educação superior (IES), públicas ou privadas, sem fins lucrativos, em parceria com secretarias municipais ou estaduais de Saúde, teve o objetivo de reorientar a formação profissional assegurando uma abordagem integral do processo saúde-doença com ênfase na Atenção Básica, promovendo transformações nos processos de geração de conhecimentos, ensino e aprendizagem e de prestação de serviços à população. A essência do PRÓ-Saúde foi a aproximação da universidade com os serviços públicos de Saúde, mecanismo fundamental para transformar o aprendizado, objetivando a realidade socioeconômica e sanitária da população brasileira. 

Em 2009, foi lançado o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), inicialmente como PET-Saúde da Família, teve como fio condutor a integração ensino-serviço-comunidade e a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão. O PET-Saúde da Família teve como princípios a integralidade e a humanização do cuidado na Atenção Primária à Saúde, no trabalho articulado com a Estratégia de Saúde da Família. 

O PET-Saúde foi uma inovação pedagógica que agregou os cursos de graduação da área da Saúde e fortaleceu a prática acadêmica que integra a universidade, em atividades de ensino, pesquisa e extensão, com demandas sociais de forma compartilhada. Realizou-se como educação interprofissional, onde estudantes de diferentes formações e que estavam em diversos períodos em suas graduações, mediados por professores de várias formações e profissionais dos serviços, aprenderiam e interagiriam em conjunto visando à melhoria da qualidade no cuidado à saúde das pessoas, famílias e comunidades, valorizando o trabalho em equipe, a integração e as especificidades de cada profissão. 

No decorrer dos anos e décadas, outros cursos fizeram parte da história do Campus. Farmácia e Biomedicina chegaram a integrar a equipe de estágio. O Campus Avançado passou a ser chamado Campus Firminópolis e, em 2019, o estágio Rural passou a ser chamado Estágio Comunitário Interprofissional. Professores e servidores técnico-administrativos envolvidos nas atividades do estágio se reuniram, pensaram e organizaram de forma integrada um Manual do Estágio Comunitário, aprovado pelo CONSUNI em fevereiro de 2019.  

O Campus Firminópolis tem, hoje, o papel de: promover a integração Universidade-Comunidade, de forma a assegurar o desenvolvimento e a formação de profissionais mais condizentes com a realidade; proporcionar aos acadêmicos a vivência de um estágio com ações em saúde interprofissionais, com vistas à prática colaborativa na Atenção Básica, em consonância com os princípios do SUS e com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área da saúde; possibilitar à Universidade uma participação efetiva no processo de desenvolvimento sócio-econômico-cultural e da saúde em nível local e regional; conjugar esforços com órgãos Federais, Estaduais e Municipais, bem como com empresas ou instituições privadas, de modo a proporcionar, através das várias modalidades de extensão, melhores condições de desenvolvimento regional, em especial na área da saúde, desenvolvendo suas atividades, preferencialmente, junto às Unidades Básicas de Saúde e Estratégia de Saúde da Família; oferecer bases físicas, administrativas e tecnológicas para a realização de programas de extensão universitária e de pesquisa; favorecer a realização de cursos de extensão, de forma a garantir a utilização de tecnologia adequada ao desenvolvimento regional, bem como a melhoria do desempenho profissional; e manter convênio com as Prefeituras Municipais.